Estrutura do centro cirúrgico da Policlínica Médica do CBMDF: caracterização, planejamento e desafios

Abstract

A pesquisa desenvolvida teve como objetivo principal determinar o rol de procedimentos cirúrgicos que podem ser realizados no bloco cirúrgico da Policlínica Médica (POMED) do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Após a recente reforma e ampliação da POMED, a corporação conta com uma estrutura de centro cirúrgico de dimensões e potencial inéditos na história da assistência à saúde do CBMDF. A revisão da literatura demonstrou que aproximadamente 30% das doenças necessitarão de algum tipo de intervenção cirúrgica durante o decurso de seu tratamento e que o acesso a este tipo de tratamento é limitado em muitos países em desenvolvimento, podendo ocasionar uma evolução desfavorável da doença. Foram analisadas resoluções de conselhos de classe e portarias ministeriais, o que permitiu o enquadramento da estrutura da POMED na de Hospital Dia e mais precisamente em Unidade de Saúde do tipo III. Foi realizada uma análise das autorizações de procedimentos cirúrgicos emitidas pela Seção de Auditoria da Diretoria de Saúde (SEAUD) durante o primeiro semestre de 2019, para serem realizadas na rede credenciada de saúde do CBMDF. Encontrados 1698 procedimentos autorizados para 850 pacientes, o que possibilitou o conhecimento da demanda de procedimentos cirúrgicos existente no sistema de saúde do CBMDF. Foi também realizada uma visita ao centro cirúrgico da POMED e apontadas as principais deficiências em relação à estrutura, pessoal e equipamentos que poderiam prejudicar o pleno funcionamento do estabelecimento. Foi detectado que 67% dos procedimentos cirúrgicos autorizados para serem realizados na rede credenciada de saúde do CBMDF poderiam ser realizados na POMED, assumindo condições ideais de funcionamento. Esta mudança de fluxo de cirurgias para a rede interna pode trazer uma economia de aproximadamente 48,9%, considerado o quesito honorário de equipe médica, conforme encontrado no período estudado. O estudo indica que grande parte da demanda de cirurgia dos militares e dependentes da corporação poderia ser absorvido pela nova estrutura interna de saúde, possibilitando economia com a rede credenciada e redução na burocracia para o acesso ao tratamento cirúrgico dos pacientes.