Emprego de acrônimos para o direcionamento das ações nas operações de combate a incêndio urbano: uma análise dos eventos prováveis em primeira e segunda respostas

Abstract

A tomada de decisão numa cena de emergência é uma tarefa bastante complexa, pois envolve os diversos fatores relacionados com a cena do socorro, conhecimentos adquiridos ao longo da vida profissional (que se materializam na experiência de cada tomador de decisão), além da pressão inerente à atividade de prestação do atendimento e à de urgência no que diz respeito ao que fazer, quando fazer e fazer da forma correta. Durante o atendimento a uma ocorrência de incêndio urbano diversas demandas se sobrepõem, cada uma com sua prioridade, entretanto o surgimento de diversos problemas em um curto intervalo de tempo pode fazer com que o tomador de decisão foque excessivamente em tarefas pontuais, deixando de lado aquilo que precisa ser feito para resolver a situação como um todo, atendendo os objetivos gerais no combate a incêndio, que são o salvamento de vidas, o combate ao incêndio e a preservação da propriedade. É o que se costumou chamar estreitamento perceptivo ou visão de túnel. Com objetivo de auxiliar o bombeiro designado para esta tarefa, ao longo dos anos – sobretudo nos Estados Unidos – foram criados diversos acrônimos para nortear e padronizar as decisões dos comandantes do incidente nas ocorrências de incêndio urbano, que foram e são empregados com sucesso até hoje. No ano de 2014 foi criado o SLICE-RS, após estudos em conjunto do Underwriters Laboratories Firefighter Safety Research Institute – UL FSRI com a International Society of Fire Service Instructors – ISFSI, que, além de guiar o comandante de socorro de primeira resposta, buscava integrar conhecimentos provenientes da teoria do fogo às atividades estratégicas do combate a incêndio urbano. Por outro lado, permanece a lacuna do que fazer na segunda resposta tanto no nível tático (decisão de ações) quanto operacional. Nesse sentido, o presente estudo ainda propõe a utilização do acrônimo CRISE-B (SWARMS) que é uma metodologia idealizada no Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal – CBMDF e que tem por base os objetivos do combate a incêndio urbano presentes no manual da Corporação. Dessa forma, após a análise e estudo acerca dos métodos propostos, bem como de uma extensa revisão bibliográfica, fora proposta a adoção das metodologias ALICE-S(O)S (SLICE-RS) e CRISE-B (SWARMS) para atendimento a ocorrências de incêndio urbano em primeira e segunda respostas respectivamente com aplicabilidade para todo socorro do CBMDF por meio da utilização de um checklist padrão.