Prevalência de lesões musculoesqueléticas em cursos operacionais do CBMDF em 2021

Abstract

Cursos operacionais são momentos de desgaste físico, mental e emocional e provocam fatores físicos estressores, propiciando o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas. O objetivo geral foi analisar a prevalência de lesões em cursos operacionais do CBMDF em 2021 e suas consequências. Trata-se de um estudo transversal retrospectivo. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário do Google Forms, para os militares que realizaram cursos operacionais, com duração ≥ 6 semanas em 2021, e foi analisado pela ótica da estatística descritiva. Também foi realizada uma entrevista com um Oficial Fisioterapeuta da Corporação. De 168 respostas, 54% afirmaram que desenvolveram lesões no curso e 17% agravaram lesões pré-existentes, com um total de 9 desligamentos a pedido por motivos de lesão. As regiões mais afetadas foram os membros inferiores (60%), com destaque para os joelhos (30%). Os membros superiores compreenderam 22% e a coluna vertebral 18% do total de lesões. Quanto ao tipo, a dor local sem diagnóstico foi a principal queixa (29%), seguida de contraturas/estiramentos musculares (13%) e tendinites (12%). 21% dos militares lesionados necessitaram de licença médica durante o curso e 19% necessitaram após o curso. As atividades de corridas e marchas foram as potencialmente mais lesivas, sendo associadas com atividades físicas sem planejamento e como forma de punição. Como impactos negativos, temos a desmotivação do militar em se especializar novamente, o absenteísmo, o custo médico do tratamento e o presenteísmo. Por fim, apresenta-se como produto um programa de fortalecimento muscular como forma de prevenção de lesões.

Operational military courses are moments of physical, mental, and emotional exhaustion and cause physical stressors, leading to the development of musculoskeletal injuries. The general objective was to analyze the prevalence of injuries in CBMDF operational courses in 2021 and its consequences. This is a retrospective cross-sectional study. Data collection was carried out through a Google Forms questionnaire, for military personnel who took operational courses, lasting ≥ 6 weeks in 2021, and analyzed from the perspective of descriptive statistics. An interview with a Physical Therapist Officer of the Corporation was also carried out. Of 168 responses, 54% say they developed course injuries and 17% worsened pre-existing injuries, with a total of 9 cut off on request due to injury. The most affected regions were the lower limbs (60%), especially the knees (30%). The upper limbs comprised 22% and the spine 18% of the total number of injuries. As for the type, undiagnosed local pain was the main complaint (29%), followed by muscle contractures/strains (13%) and tendinitis (12%). 21% of injured soldiers required sick leave during the course and 19% needed it after the course. Running and walking activities were potentially the most harmful, being associated with unplanned physical activities and as a form of punishment. As negative impacts, we have the demotivation of the soldier to specialize again, absenteeism, the medical cost of treatment and presenteeism. Finally, a muscle strengthening program is presented as a form of injury prevention.