Análise das propriedades antichamas de espumas acústicas no edifício-sede do Conselho Federal da OAB

Abstract

Este artigo analisa as propriedades antichama de espumas acústicas utilizadas em ambientes construídos, com foco na espuma instalada no edifício-sede do Conselho Federal da OAB. Partiu-se da hipótese de que a espuma instalada no edifício da OAB não atenderia aos critérios mínimos de segurança contra incêndio. O estudo avaliou o desempenho dessas espumas frente ao fogo, comparando-as com materiais comerciais e técnicos. Foram realizados ensaios de inflamabilidade vertical e horizontal, conforme as normas UL 94 e NBR 9178, além de análise térmica por termogravimetria (TGA) e caracterização química por espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR). Os resultados indicaram que a espuma da OAB apresentou desempenho inferior, com propagação da chama e ausência de extinção espontânea, sendo classificada como convencional. As espumas comerciais demonstraram comportamento intermediário, com velocidades de queima compatíveis com a classificação antichama. Uma das espumas técnicas foi classificada como V-0 no ensaio vertical e autoextinguível no horizontal, demonstrando maior eficiência. A análise térmica revelou diferenças na estabilidade entre as amostras, e a caracterização química confirmou sua composição polimérica. Conclui-se que a espuma utilizada no edifício da OAB é inadequada para aplicações que exigem resistência ao fogo. Os resultados obtidos reforçam a importância da avaliação técnica de materiais aplicados em ambientes internos e subsidiam a criação de um Procedimento Operacional Padrão (POP) para análises periciais no âmbito do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

This article presents an analysis of the flame-retardant properties of acoustic foams used in built environments, focusing on the foam installed in the headquarters building of the Brazilian Bar Association (OAB). The study was based on the hypothesis that the foam used in the OAB building would not meet the minimum fire safety criteria. The performance of the foams under fire conditions was evaluated and compared with commercial and technical materials. Vertical and horizontal flammability tests were carried out according to UL 94 and NBR 9178 standards, along with thermal analysis by thermogravimetry (TGA) and chemical characterization by Fourier-transform infrared spectroscopy (FT-IR). The results showed that the OAB foam had inferior performance, with flame propagation and no self-extinguishing behavior, thus being classified as conventional. The commercial foams demonstrated intermediate behavior, with burning rates consistent with the flame-retardant classification. One of the technical foams was classified as V-0 in the vertical test and self-extinguishing in the horizontal test, indicating superior performance. Thermal analysis revealed differences in thermal stability among the samples, and chemical characterization confirmed their polymeric composition. It is concluded that the foam installed in the OAB building is not suitable for applications requiring fire resistance. The results reinforce the importance of technical evaluation in material selection for indoor environments and support the development of a Standard Operating Procedure (SOP) for forensic analysis by the Federal District Military Fire Department.