Estudo de viabilidade da informatização da ficha de Atendimento Pré-hospitalar do CBMDF

Abstract

Este trabalho avaliou a viabilidade de informatização da ficha de atendimento préhospitalar utilizada pelo CBMDF, com vistas à obtenção de dados estatísticos de forma efetiva. O atual modelo de coleta de dados do atendimento pré-hospitalar é baseado em ficha física em papel que é preenchida pelos socorristas das Unidades de Resgate (UR), sendo estas remetidas semanalmente ao Grupamento de Atendimento Pré-hospitalar (GAEPH) para processamento e análise. Com mais de 1.300 fichas em papel recebidas mensalmente, atualmente não é possível processar os dados dos atendimentos de forma aprofundada. Além disso, as viaturas do tipo Unidade de Resgate de Suporte Básico (URSB) da Corporação remetem as fichas diretamente ao SAMU-DF, não dispondo o CBMDF dos dados relativos a estes atendimentos. Assim, a presente pesquisa realizou uma ampla pesquisa documental e bibliográfica, além de entrevistas com gestores afetos ao APH no CBMDF para analisar a legalidade e aplicabilidade das fichas de atendimento. Em seguida, foi levantado junto ao GAEPH os requisitos para a construção de uma ficha digital informatizada, que foi implementada em um protótipo funcional desenvolvido, valendo-se das tecnologias de informação disponíveis na Corporação, usando o sistema Singular Studio. Este protótipo foi aplicado em campo no 13° GBM/Guará entre setembro de 2020 e janeiro de 2021. Verificou-se então a percepção de uso por parte dos socorristas envolvidos no experimento, avaliando-se a viabilidade de informatização da ficha e a qualidade dos dados coletados para a obtenção de informações estatísticas. Entre as conclusões da presente pesquisa, verificou-se que a ficha possui a previsão de cumprir dupla função: avaliativa e legal. A função legal vem sendo cumprida atualmente, servindo de arquivo e consulta para processos judiciais. Entretanto, a função avaliativa não é cumprida devido ao modelo de coleta de dados e a escassez de recursos humanos e tecnológicos disponíveis para seu processamento, o que inviabiliza a retroalimentação do ciclo operacional do APH. Verificou-se ainda que é possível adotar um modelo efetivo de coleta de dados informatizado, o que permite ao CBMDF coletar os dados de forma efetiva para que se cumpra a função avaliativa da ficha.