As doenças musculoesqueléticas e seus impactos no Corpo de Bombeiros Militar Do Distrito Federal

Abstract

Este estudo teve o objetivo de analisar as doenças musculoesqueléticas que mais acometem os bombeiros militares do CBMDF, ao longo da carreira e durante os cursos de formação, e que geram maiores impactos à Corporação. Para isso estabeleceu quatro objetivos específicos, alcançados por meio de quatro métodos distintos. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica para identificar as doenças musculoesqueléticas de maior prevalência entre os bombeiros. Em seguida foi feita uma análise dos dados sobre absenteísmo-doença do ano de 2019 constantes no sistema de registro de licenças médicas da Corporação para identificar os impactos gerados por elas ao CBMDF. Para alcançar o terceiro objetivo específico proposto foram analisados questionários aplicados aos alunos dos cursos de formação (CFO, CFP e CHO) em dois momentos distintos, tendo em vista a identificação da ocorrência de lesões musculoesqueléticas prévias ao ingresso na Corporação e após alguns meses de realização dos cursos. E por fim foram identificadas as ações de prevenção e promoção da saúde que estão em execução atualmente. Os resultados apontaram que as doenças de maior prevalência nos bombeiros foram aquelas relacionadas com a coluna vertebral, em especial as que acometem a região lombar, seguidas pelas afecções de joelhos e ombros. No que se refere aos impactos gerados pelo absenteísmo, as doenças musculoesqueléticas foram responsáveis pela maior quantidade de dias não trabalhados por problemas de saúde, 28% do total de registros de licenças, o que gerou um custo estimado de mais de 11 milhões de reais. Dentre elas, aqueles diagnósticos relacionados à coluna vertebral, com foco principal na região lombar, também foram responsáveis pela maior quantidade de afastamentos do trabalho na Corporação (cerca de 10% do total de licenças). O segundo grupo de diagnósticos mais impactantes quanto às ausências ao trabalho foram aqueles relacionadas à articulação dos ombros, seguidas pelos relativos aos joelhos. Quanto às lesões relatadas pelos alunos nos cursos de formação, as mais incidentes foram as lesões de joelhos e ombros para o CFP e para o CFO; e ombros, pernas e pés para os alunos do CHO. Ademais, houve um expressivo aumento das lesões relatadas entre o momento inicial de avaliação (lesões prévias ao ingresso no CBMDF) e o momento final (após alguns meses de realização dos cursos). No que se refere às medidas de prevenção em execução atualmente, os resultados alcançados neste estudo sugerem a necessidade de ampliação das ações existentes e da elaboração de um projeto mais amplo de prevenção de lesões musculoesqueléticas para o CBMDF.