Análise das mudanças decorrentes da unificação do serviço de atendimento pré-hospitalar na atuação do CBMDF

Abstract

O presente trabalho teve por escopo analisar o impacto da implementação do Sistema Unificado de Atendimento pré-hospitalar (SUAPH) na atividade de natureza préhospitalar (APH) do Corpo de Bombeiro Militar do Distrito Federal (CBMDF) por meio da implantação da Portaria Conjunta nº 40 de 2018. Do ponto de vista da gestão pública, a aproximação da Corporação com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), na esfera do APH, tornou-se imperativa e de fato foi orientada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Por um lado, o CBMDF carecia de adequação do seu serviço às normas federais relativas ao atendimento médico de urgência. De outra parte, o SAMU carecia de capacidade humana e de insumos suficiente para atender sozinha a procura pelo serviço. Tal análise foi pautada por meio aplicação de questionários aos socorristas dos Grupamentos Bombeiros Militares (GBMs) que atuam segundo o SUAPH, selecionados de forma não-probabilística, e entrevista com a gestão do serviço na Corporação. Percebeu-se que, de forma geral, os socorristas reconhecem as ações advindas com a implantação do SUAPH como adequadas e benéficas para o socorro, porém, coexistem variados pontos negativos e/ou desfavoráveis sobre o assunto que, por sua vez, favorecem a ocorrência de conflitos. Nesta mesma perspectiva, foi possível discutir acerca dos desafios e das perspectivas que o APH do CBMDF possui frente a esse modelo. Conclui-se que o SUAPH constitui em um novo modo de atuação que apresenta oportunidades que precisam ser identificadas e implementadas dentro de uma estratégia de fortalecimento institucional num processo que não nasceu pronto, mas que exigirá constantes repactuações entre os envolvidos para que as soluções sejam legítimas e perenes.

This work aims to analyze the impact of the implementation of the Unified Pre-Hospital Care System (SUAPH) in the pre-hospital activity (APH) of the Military Fire Department of Federal District (CBMDF) through the implementation of the Joint Ordinance nº 40 of 2018. From the point of view of public management, the approximation with the Mobile Emergency Care Service (SAMU), in the sphere of the APH, became imperative and was in fact guided by the District Federal Court of Accounts (TCDF). On the one hand, CBMDF lacked the adequacy of its service to the federal rules regarding emergency medical care. On the other hand, SAMU lacked the human capacity and sufficient inputs to meet the demand for the service on its own. This analysis was based on the application of questionnaires to the first responders of the Military Groups (GBM) who work according to SUAPH, selected in a non-probabilistic way, and interviews with the service management at the Corporation. It was noticed that, in general, that rescuers recognize the actions arising from the implementation of SUAPH as adequate beneficial to the rescue, however, there are several negative and/or unfavorable points on the subject that, in turn, favor the occurrence of conflicts. In this same perspective, it was possible to discuss about the challenges and perspectives that the APH of CBMDF has against this model. It is concluded that SUAPH constitutes a new model that presents opportunities that need to be identified and implemented within a strategy of institutional strengthening in a process that was not born ready, but that will require constant renegotiations among those involved so that the solutions are legitimate and perennial.